segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Nada passa,
as horas são as mesmas sempre,
como são as ondas,
em alguns momentos fortes e lentas,
ou rápidas e frágeis,
quebram-se antes mesmo de iniciar.
Mas estão lá, presentes com seus ventos e suas profundidades.
Existe a certeza de estarem lá.

O tempo nunca passa, sempre está.
Ele é e pronto, impregna a vida,
nos deixa tonto, é só de ida.

E no amor não é assim?
Nunca passam, ficam, introduzidos
como uma espiral de metal,
forte, presente e profundo,
enfiado no tempo, escancarando a eternidade.

No amor, saímos das horas,
não há urgências e impaciência,
não há o vazio,
nem ilusões.

É o momento da certeza, do acolhimento,
da esperança e da presença.

Para o amor, só coragem.
Para a coragem, só ter vida.
Para a vida, só o risco
de encarar a virtude
de ter o tempo guardado
apenas nos espelhos.

Amar é entrar na morte,
descalço,
sem as pegadas do tempo,
apenas com uma certeza de tudo.

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